quarta-feira, 1 de março de 2017

Carnaval, uma festa ou um tormento?

Bom dia queridos amigos e amigas que estão lendo esta postagem, 4 meses após a última.
As postagens estão sendo retomadas em plena 4ª feira de cinzas(infelizmente 4ª feira de Carnaval em muitos locais) e tem a intenção de levar você, leitor(a) a uma reflexão. Deixo claro que não é minha intenção causar polêmica, embora tenha consciência que será absolutamente normal, se vier a causar.
Sabe-se que o Carnaval é uma festa popular no Brasil, especialmente em alguns Estados nordestinos e no eixo RJ-SP e dizem ser benéfico para a economia nacional (abordaremos tal questão no transcorrer deste texto).
Confesso que já brinquei muito Carnaval em Salvador e gostava muito, mas com o passar dos anos, ao fazer uma análise mais apurada, mudei de opinião (como dizia meu conterrâneo Raul Seixas, prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo) há muitos anos devido ao aspecto espiritual e nos últimos anos, reforcei minha opinião contrário com os aspectos econômico-sociais.
Começando com o lado espiritual, observamos que boa parte dos foliões se entrega à luxúria e aos prazeres carnais, sendo um tal de marido trair mulher e vice-versa, esquecendo dos ensinamentos do nosso mestre maior Jesus de Nazaré. Para completar, a mídia estimula este lado e as próprias músicas(tipo uma que diz "já beijei um, já beijei dois, etc) de cunho pornográfico, além do estímulo do uso de drogas(principalmente as bebidas alcoólicas, cuja propaganda deveria ser proibida,mas isso será assunto de um texto futuro). Observem, leitores, que o Carnaval não é o único evento que reúne multidões num mesmo local, mas é raro um ano em que uma epidemia de alguma doença não surja em torno de 30 a 40 dias após o Carnaval(não surge durante o Carnaval, devido ao período de incubação do vírus ou bactéria), sendo esta causa espiritual (embora pareça física, e tenha uma parte física de fato), pois é comprovado que ficamos vulneráveis quando nos afastamos da espiritualidade maior.
Indo ao lado físico, aí são inúmeras razões, que dá até pra fazer um livro só falando delas, mas vamos ao desafio de tentar compactá-las neste espaço. Viu-se que nos últimos anos a população se conscientizou de que Copa do Mundo e Olimpíadas realizadas no Brasil tinham tudo para ser um grande fracasso em termos econômico-sociais(e infelizmente foi, prova maior é o rombo deixado nas contas públicas após a Copa e o aumento exorbitante deste rombo no Rio de Janeiro poucos meses após as Olimpíadas). Até aí, boa parte dos leitores concorda, mas vamos ao ponto polêmico a partir daí, para chegarmos no assunto.
Os fanáticos por Carnaval argumentam que festas movimentam a economia e contribuem para o desenvolvimento do país. Desminto isso com fatos e não com argumentos bitolados tal fato remete a uma pergunta: se é verdade, como explicar o fato do Brasil ser o país do mundo com o maior número de festas promovidas pelo poder público e não figurar como a principal potência do planeta? Vou além: onde está o paradoxo dos países desenvolvidos pouco ou nada gastarem com festas públicas?
Pois é, o brasileiro ainda não acordou em relação a isso e deixo claro que a crítica não é pelo fato de eu não gostar de Carnaval(gosto do São João, mas não apoio da mesma maneira que seja realizado com dinheiro público enquanto não tivermos saúde, segurança e educação de 1º mundo), mas pelo fato de serem deslocados efetivos policiais para darem segurança À festa, deixando descobertas áreas que não participam da folia. Não está certo sobrecarregar ainda mais os  hospitais públicos devidos aos excessos do Carnaval e a violência que corre solta(não por culpa dos policiais, diga-se de passagem) . Aliás, vai aí um modo de derrubar argumentos de que a festa gera retorno a médio e longo prazo(pode até gerar, se for bem administrado, mas não se deve ter assim mesmo) que trata-se de uma analogia que vamos fazer: imagine que você, querido(a) leitor(a) esteja passando por um sério problema de saúde e precisará bancar um tratamento bastante caro com urgência, pois correria sérios riscos de morte se protelasse o tratamento(faça de conta que seu plano de saúde não cobre e você até tenha uma boa situação financeira, mas não de rico e tal tratamento não seria feito pelo SUS). Suponha que você tenha uma parte do dinheiro, mas não o total, porém, falta pouco para ter o montante necessário e você pode conseguir pedindo emprestado a um amigo ou mesmo ao banco. Suponha também que existe um investimento a médio ou longo prazo que se você deixar o que dispõe aplicado, conseguirá apuar o necessário para seu tratamento. Oras, se você precisa a curto prazo, não vai esperar prazos longos para ter o montante, pois terá grandes chances de não sobreviver até lá.
Pois bem, é fazendo tal analogia com a situação real que passemos agora de uma situação individual para uma coletiva. Você pode até estar com saúde, mas há muitas pessoas esperando por vagas nos hospitais públicos e doenças, como o câncer, não esperam que se arrume verbas para seu tratamento. Você acha correto investir em festas, com muitos morrendo por falta de atendimento médico e por não poderem pagar um plano de saúde? Esse ser humano é nosso irmão, pois somos todos irmãos de uma grande família cujo pai é Deus.
Você acha correto deixar de investir na segurança para investir em festas?
Você acha correto deixar de investir na educação para se investir em festas?
Pois bem, vamos agir coletivamente e o correto, na atual conjuntura de nosso país, é quem gostar de Carnaval(ou da festa que for), que vá brincar num espaço particular(aqui em Aracaju poderia ser por exemplo o Iate ou Clube do Banese) .
O dia em que ninguém precisar ter plano de saúde para ser atendido de forma mais rápida, o que que tivermos transporte público de qualidade, excelência na educação pública e também na segurança, aí sim, podemos pensar em festas, mas para isso, devemos ter também um nível moral e espiritual em sintonia com Deus.


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